quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Capitulo 4 - Chuva Gélida

Aew moçada! Capítulo novo para vocês ai, e o link para ler os caps anteriores. :D
 Desejo a todos um feliz ano novo, e sei que o próximo ano será MUITO melhor do que este que passou! (Mas este já foi um ótimo ano! Pelo menos pra mim, Rsrsr)



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Capítulo 4
Chuva Gélida

"Alvo confirmado... Disparar em 3 segundos... 3, 2, 1..." . O dedo fino embaixo daquelas luvas brancas puxava o gatilho. Se alguém pudesse ver a velocidade de um projétil, poderia observar que ao sair daquela arma uma fina cápsula criogênica se forma ao seu redor, moldada pela aura fria daquela mulher. O projétil viajou por entre frestas e coberturas por quase 500 metros, até finalmente, encontrar seu destino final no peito daquele velho homem bem trajado que acabara de sair do carro importado. Os seus seguranças rapidamente tentaram socorrê-lo, mas era tarde, já que seus órgãos internos tinham sido congelados. A mulher então eleva seu rifle até a altura dos lábios e solta um sopro congelante, resfriando o bico da arma.
 – Alvo aniquilado.
Após alguns minutos dirigindo a assassina conhecida como Blood Ice chegava até o local marcado com seu contratante. Ela não fazia parte de uma facção entretanto, sua habilidade como atiradora era incomparável, o que levava chamar atenção de muitos líderes do sub-mundo, tanto para contratá-la para matar alguém, quanto para tentar recrutá-la.
Ao entrar com seu carro no galpão um homem de terno e armado com uma submetralhadora se aproxima e faz sinal para que a mesma abaixe o vidro, não permitindo a ela entrar no local.
– Poderia abaixar o vidro e tirar os óculos. – A mulher pacientemente abaixou os vidros e ergueu seus olhos sobre os óculos escuros, revelando sua íris clara como um floco de neve. O homem soube então que realmente era ela, mas mesmo assim resolveu insistir para que ela tirasse totalmente os óculos, em uma espécie de afronta sutil– Algum problema senhora? Necessito que tire totalmente os óculos para poder me certificar de sua identi... - O sujeito é interrompido quando a moça coloca seu fino dedo indicador em seu lábio. Ela então toma a palavra.
- Já te falaram que você ficaria lindo como uma estátua?- A voz da bela e jovem mulher era suave, quase poética de tão bela, mas o homem não estava prestando atenção na voz dela, uma vez que ao se tocado seu corpo começou a tremer com a perda de calor, e seus sentidos ficaram mais lentos, em segundo seu corpo havia congelado, até a ultima gota de sangue e sua vida terminado, o que restou agora era apenas um estátua de gelo e carne humana. Ela fecha o vidro e entra ao galpão.
 Por dentro o local era amplo, com cerca de 500m², mas totalmente vazio, com o chão de concreto tão sujo que já parecia ser coberto por uma crosta. O teto era feito de alumínio e ululava conforme o forte vento batia, fazendo um não muito alto, mas constante barulho. Lá dentro havia outros quatro homens armados, de terno como o outro, e um velho senhor de cadeira de rodas que segurava uma maleta. A jovem assassina para seu carro e então desce, se equilibrando em seu salto agulha até perto do velho.
- Aqui esta o seu pagamento... Eu vi nos noticiários seu trabalho bem feito, aquele desgraçado já estava a tempos se metendo com meus negócios... Como combinado, dei metade na ida e agora o resto na volta. – Um dos homens aproxima a maleta dela, e ela abre vendo o dinheiro, passando seus dedos no mesmo, quase os beijando com o tato ao tempo que confere a quantidade.
- Ótimo... Mas tem um pequeno problema... – Gesticula Blood Ice.
- Qual é? Esta faltando algum dinheiro?... – Pergunta ele intrigado, tinha certeza que não estava faltando nada.
- Eu fui até a residência do senhor Joshua, e lhe informei que você me contratou para matá-lo. Eu perguntei quanto ele me pagaria para que te matasse... – O homem franze a sobrancelha, e os homens fortemente armados, já se preparavam para reagir, a qualquer passo estranho da Quezzer.
- Você é louca de me contar isso não é? Por acaso você acabou por não matá-lo no final? Ele não quis oferecer uma boa quantidade sua Quezzer imunda? - Fala o velho babando de raiva.
- É claro que o matei, afinal eu tinha feito um contrato com você antes. Entretanto, eu fiz outro contrato com ele. Então eu não posso ignorar isso. – Blood repentinamente saca sua pistola, e dispara contra a testa do homem na cadeira de rodas tão rápido que os seguranças ficaram perplexos pela sua impotência. No mesmo momento ela olha para os seguranças.
– Vou da 3 segundos para vocês fugirem, um... – Assim que a mulher começou a contar, os homens sem hesitar atiraram, e berros e barulhos de tiros seguiram-se no galpão naquele momento e depois veio o terrível silêncio. O angustiante silêncio quebrado apenas pelos passos do salto agulha e pelo ulular das telhas de alumínio.


O sol começava a raiar quando as pessoas começavam a sair das suas casas para irem aos seus trabalhos medíocres. Mas nem todos eram infelizes com sua vidinha, muitos não membros podiam nascer e morrer na ignorância, e uma prova disso era aquele casal de namorados, paquerando um ao outro entre beijos e olhares no elevador onde Argelux estava. Ele havia saído a quase uma hora da pensão de Ray, ainda na névoa da manhã, indo até o centro de StomCity onde ficava a cobertura. Ao contrario da maioria dos dias, chuvosos ou nublados, aquele parecia ser um dos raros dias em que o sol iria brilhar e iluminar a cidade de ponta a ponta. Logo o casal saia do elevador indo para um dos apartamentos no 10° andar.
- Cuidado jovens, noites que terminam de dia acabam em bebês, hem! - Brincou com o casal antes que a porta do elevador fechasse e continuasse a subir, seu ponto de descida era a cobertura.
A campainha do enorme apartamento, que ocupava o último andar do edifício soava alto, mas ninguém atendia. Olhava para o relógio e decide esperar, se ela estava em missão logo chegaria, além do mais não tinha muitos outros locais para ir... Então se senta escorado na porta fechando os olhos, iria tirar um merecido descanso.
 Horas depois ele acordava com o som de uma arma sendo engatilhada e lentamente abria seus olhos. A mulher na sua frente era extremamente bela, de corpo magro e esguio tinha um rosto harmônico que parecia ser esculpido em mármore de tão delicado e branco, seus olhos puxados delataram que era descendente de alguém de Comodorâ, a última nação japonesa da terra. Ela usava um grosso agasalho de pele e uma calça jeans justa, assim como luvas de frio e um cachecol, que adornava seu pescoço. Seria sem dúvida uma felicidade para qualquer homem acordar ao lado de uma mulher tão bonita, mas não para um que via a mesma apontar um coldre para sua cabeça.
-  Bom dia Ice! Saudades? - Falava se espreguiçando sem parecer se importar com a arma.
- Tem 3 segundos para dizer por que está na frente da minha porta, ou então eu estouro seus miolos. - Falava a mesma de forma direta e rápida, não demonstrando muita paciência ou apreço pelo visitante.
- Estou criando uma facção para dominar o submundo do crime e fazer do mundo um local melhor. Quer ser um membro? – Fala diretamente, sem se importar de contar os detalhes ou os motivos que o levaram a tomar sua decisão. Na verdade contava com o estranhamento dela para poder falar mais adiante do assunto. E deu certo.
- Hã? - Ice ficava desconsertada e perplexa com a revelação, que num contexto geral não fazia o menor sentido para ela. Então ela guarda a arma e abre a porta - Vamos, entre... Seria desperdício gastar uma bala num inútil como você.
- Não seja tão fria comigo. Fria, entendeu? – Repetia ele a piada.
Já dentro do luxuoso apartamento era servido a Argelux uma dose de conhaque, enquanto ele se sentava numa grande poltrona no centro do cômodo principal.
- Você vai criar uma facção? Pensei que depois do ocorrido com a Dark Blades você nunca mais daria a cara no submundo...
- É, eu também. Mas as coisas mudaram... Enfim, una-se a mim e juntos iremos fazer uma facção bem diferente das normais, onde a honra e a bondade dominem o mundo!
- Você fala sério? – Dizia ainda um pouco duvidosa, mesmo sabendo que no fundo aquele tolo falava a verdade, a idéia de criar uma facção “boa” era tão estranha que ela se forçava a aceitar o que ouvia - Uma facção honrada e justa? Que tolice, e o pior é me convidar, uma assassina de elite que já matou centenas de pessoas...
- A sangue frio? - Sorri Argelux interrompendo Ice com sua pequena piada e logo em seguida toma a fala - Mas eu sei que no fundo você é uma boa pessoa...
- Sabe é... Como tem tanta certeza? - Ice ria por dentro, como aquele quezzer era tolo. Ela foi treinada e cresceu para ser uma assassina, já havia matado crianças e mulheres antes e o faria de novo mediante a um pagamento justo. Além disso só não havia matado Argelux na entrada de sua casa com um tiro na cabeça por que seria muito problemático, atrairia atenção para o local aonde ela mora e como o edifício ficava numa zona nobre da cidade o caso iria para a TV e mesmo que abafado posteriormente pelas Facções iria gerar um grande transtorno. Mas dentro do apartamento era diferente... Com vidros e paredes a prova de som um simples disparo não seria ouvido e mesmo com a rápida capacidade de regeneração de um controlador de sangue, se a bala pegasse um ponto vital o congelamento provocado pelos seus poderes poderia liquidar Argelux sem problema.
- Sim. Houve uma vez, em uma das missões que fizemos juntos no passado, que eu vi você atear fogo no abrigo de uns mendigos.
- Serio? Não me lembro disso. Mas aonde você viu bondade nessa atitude? - Respondia intrigada, mas já pegando o coldre por de baixo da roupa.
- Havia mais crianças e velhos no meio daqueles mendigos do que num orfanato ou asilo, e todos iriam morrer se não tivessem saído de lá... Afinal, logo chegaram os membros da facção rival e ouve um festival de tiroteios e matança! E no final aqueles sem-teto só não se envolveram na matança por que um de seus barracos havia pegado fogo! Muitos acharam que foi um ato de maldade seu, mas eu vi que na verdade você havia se importado com aqueles velhos e crianças...
- Eu fiz isso? - A expressão de Blood Ice, quase sempre impassível e indiferente, se transformava. Seu rosto mostrava uma estranha comoção... Ela se lembrou daquele dia distante, e do dia mais distante ainda em que ela e seu irmão recém nascido estavam na rua num dia chuvoso também ao meio de becos... Memórias tristes que a muito tempo ela havia esquecido. Recompondo sua inexpressão típica, mas com um pequeno sorriso de ironia Ice solta a arma e se debruça sobre os joelhos. - Sinto muito Akuma, mas não posso me unir a você. Trabalho só.
- Entendo – Dizia Argelux que conhecendo tão bem Ice sabia que ela não mudaria sua postura. -  Já vi que não vou fazer você mudar de ideia não é? Uma pena, você é uma dos poucos que confiava a ponto de lhe pedir para se unir a mim.
- Bem, Argelux, como falei eu trabalho sozinha. Mas conheço alguém que certamente iria gostar de se unir a uma facção... E é alguém de extrema confiança minha.

- Sério! Onde posso encontrá-lo? - Dizia Argelux já reacendendo o ânimo.

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