sábado, 28 de setembro de 2013

Cap 1 - O chamado da violência

Combo hit! Nova postagem, com o primeiro cap. (afinal pra isso fiz o blog. hehe)

Sugestões, criticas, doações (quem sabe né), basta deixar nos comentários.

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Facções

O submundo do sangue.
Capitulo 1
O Chamado da Violência


 A chuva cai forte, sendo nítido aos ouvidos apurados de Argelux o burburinho dos ralos do esgoto entupidos. Está frio e apenas os clarões dos relâmpagos rasgavam a escuridão no céu. Era possível sentir dali, o cheiro de terra molhada que vinha do horizonte. Tudo começava a festejar, palpitando conforme as batidas de seu coração solitário, naquela noite turva e obscura, com monstros a espreita, enquanto os olhos opacos e sem vida fitavam ao longe o nada. Fazia alguns minutos que seu turno havia começado no pequeno posto de esquina, que possuía somente três bombas, uma para cada tipo de combustível, e uma pequena loja de conveniências ao fundo, com três prateleiras de salgados e outras guloseimas além de bebidas e uma estante com vários óculos e bonés. O movimento, que já não era intenso naquele horário, se tornava sempre menor em dias chuvosos e nublados como aquele. O bairro de Servilha era calmo e dificilmente havia brigas ou confusões, o que trazia a todos ali uma rara, e talvez falsa, sensação de segurança, que já era difícil em qualquer canto da cidade. As casas eram um detalhe a parte, sendo de uma arquitetura antiga, porém padronizadas tendo a cada três ou quatro residências uma árvore robusta, que em alguns casos crescia até as raízes quebrarem o meio fio.
 Perdido em seus pensamentos, Argelux  se assusta quando ouve a voz de um garoto que sai trotando do banheiro dos funcionários do lado direito do ponto de conveniência, e ele nem ao menos notara que alguém havia entrado lá. O garoto negro, de seus dezoito anos caminhava firme em sua direção e assim como ele usava o colete amarelo por cima da roupa, identificando-o como funcionário do local.
- Olá, sou Bob o novato. Hoje será meu primeiro dia aqui no posto! - Um largo sorriso aparecia em seu rosto, fazendo seus dentes brancos entrarem em contraste com sua pele e olhos negros como a noite.
- Prazer, me chamo Argelux. Você vai gostar de trabalhar aqui, geralmente é assim sossegado, com poucos carros e quase nenhum movimento - Revelou simpaticamente, ignorando o olhar do jovem que fitava seus olhos com certa admiração e estranhamento.
 A verdade era que o visual de Argelux, assim como seu nome, era extremamente exótico: Sua Iris apresentava um vermelho vivido como sangue. Seu cabelo, assim como a sobrancelha era outro detalhe paradigmático em seu corpo, sendo de um branco vibrante quase prateado lembrando os raios do luar e ao mesmo tempo liso estendendo-se até um pouco depois do ombro, mas sempre impecavelmente penteado para trás. Sua altura não o fazia destacar-se, nem para o mais nem para o menos tendo cerca de 1,70, junto com seu corpo magro e atlético, escondido sempre por de baixo da roupa. Por fim as unhas sempre compridas e grosas como garras e o sorriso largo, que muitas vezes deixava aparente os caninos brancos como leite, dando a ele um ar predatório.
- Então Bob, primeiro trabalho? - Perguntou tentando quebrar o clima inicial.
- É sim, estou terminando meus estudos, mas acho que não entrarei numa faculdade pública. O jeito então é trabalhar para pagar uma particular. Um posto é um bom local para se começar, segundo meu pai, então vim pedir emprego- Afirmou o jovem, com vigor na voz enquanto olhava um panfleto a respeito do combustível adulterado e como reconhecê-lo.
- E você parece estar bem empenhado nisso, não? - Deu uma pequena risada, como que o advertindo- Jogue este panfleto fora, seja lá onde você o achou. O combustível aqui é tão bom quanto pinga! Seria um saco se um cliente resolvesse identificar nossa gasolina!
 Um carro preto esporte, de vidros escurecidos e com o capô e o teto envelopado, de aparência bem furiosa e intimidadora se aproxima lentamente do posto. Pelo modelo de luxo, Argelux já nota que era de algum figurão, uma vez que pouquíssimos naquela cidade desgraçada poderiam comprar um carro de igual porte o que lhe dava um flash de seu passado, rapidamente repudiado pelo mesmo.
- Venha comigo Bob, vou atender o cara, assim aproveito e lhe ensino a por gasolina nos carros. É bem simples na verdade- Dito isso, ia a passos firmes até o vidro do carro, que já havia encostado ao lado da bomba de combustível, pegando a “pistola” de abastecimento e esperando na lateral do carro, até que os vidros negros começassem a descer.
 Era fácil notar que o motorista, assim como quem ocupava o banco do passageiro, tinha feições brutas e usava roupas não muito condizentes com o carro: calças jens rasgadas, remendadas por costuras e adornadas com correntes de aço e ferro, além das camisetas negras com estampas satânicas e os olhos pintados como góticos. Para maior surpresa e infelicidade dele, logo que metade do vidro se encontra aberto o homem sentado do lado do passageiro e mais perto da janela saca uma arma e rapidamente a aponta para a testa do frentista de olhos vermelho. Neste instante pensamentos rápidos passaram entre a mente de Argelux, indo de um possível assalto ao posto até um sequestro relâmpago, mas percebe que nenhuma dessas teses faria sentido, afinal por que sequestrar um frentista de posto ou pior ainda, assaltá-lo! Logo a verdade ebule de sua mente até seus lábios que quase sussurram
 “Eles me acharam”.
Por cima do capô do carro, forçando seus olhos vermelhos ele vê mesmo com a chuva pesada motos rodeando todo o posto, no mínimo 5 pelo que contou.
- É a merda de uma cilada! Bob cui... - E antes que pudesse terminar o aviso ao novo funcionário o som agudo e inconfundível de tiros rasga a noite ecoando por todo o bairro e enquanto Argelux se protege abrindo a porta do carro a força e adentrando em partes no mesmo, o jovem Bob não tem os mesmos reflexos e logo é baleado na perna por um dos tiros, caindo no chão gritando de dor e medo.
Dentro do carro, ainda segurando o punho agora quebrado do homem, maneja a arma para que acerte um tiro na cabeça do mesmo, deixando apenas dois cadáveres dentro do carro, além dele mesmo é claro. Os tiros se concentravam no carro, furando os pneus e quebrando em pedaços o vidro.
Agora não havia volta.
Pegando o revolver que acabou de usar para matar ambos e enchendo os pulmões de ar Argelux sai do carro fazendo disparos contra as motos, mesmo que com sua péssima pontaria não fizesse nada além do que assustar os motoqueiros. Em quanto corria e atirava ia na direção do jovem Bob que estava caído no chão, alguns metros adiante urrando de dor pela perna atingida e ao chegar perto o suficiente largava a  arma no chão, em seguida sobre-erguendo o menino por seu braço puxando-o com força e por fim colocando-o em seus ombros. Bob urrava de dor pelo solavanco que levava em quanto ia parar na costa do companheiro, que não parecia inicialmente ter estrutura física para tanto, e um urro maior ainda quando o mesmo quebra as vidraças da loja de conveniências fazendo ambos baterem no chão.
Os motoqueiros usavam todos motos potentes e de marca, assim como coletes pretos de couro por cima das roupas rasgadas e sujas. Poucos usavam capacetes ou qualquer apetrecho de segurança a total despeito das leis, também pudera, para pessoas que andavam armados até os dentes multas de trânsito era a menor das preocupações. Bordado na parte de trás dos coletes havia um brasão, uma espécie de cobra com asas e escritos na língua nobre mostrava que eles faziam realmente parte de uma facção, apesar das pessoas comuns pouco compreenderem do submundo do crime e raramente distinguiriam eles de um bando comum de motoqueiros.
- Você é louco! -Falava o jovem, então dando um pequeno gemido e se esgueirando para trás de uma das prateleiras enquanto os disparos se focavam ali.- Quem são esses caras! É... Um assalto?
- Facção? Não me faz rir, isso é lenda urbana cara! Lenda urbana! Se organizações de criminosos realmente governassem o mundo nós saberíamos, a mídia iria nos contar!- Afirmou cético, em quanto os olhos assustados fitavam o chão em uma fútil tentativa de manter o controle
- É, claro que iria... Então liga para a policia. - Retrucou com um certo tom de ironia, enquanto esperava vendo de trás da bancada de ferro a loja de conveniência ser pulverizada pelas balas. Notara que os tanques de gasolina vazam ao litros, preenchendo o pátio do posto do material inflamável.
- Sim... Para a policia e a ambulância e... Sem sinal? Meu celular está sem sinal! - Bob jogou o celular na parede por pura frustração, não escondendo o pânico.
- Se bloquearam o sinal, é uma facção de porte grande, ou estão investindo tudo deles neste ataque. Isso é problemático ...- Ponderou Argelux, ficando ainda mais surpreso ao ver pela fresta da porta da loja os motoqueiros passando para lá e para cá, atirando com revolveres e metralhadoras a esmo. Um deles de repente para e olha para a loja, pega uma espécie de garrafa com um pano da lateral de sua moto preta, ele ascende um fósforo e queima o pano. O mundo para Argelux estava prestes a desmoronar se não tomasse uma atitude, porém a altura não via muito o que pudesse fazer. O motoqueiro joga a garrafa em chamas em cima da gasolina que escorria, e depois partia novamente. O fogo percorria a estrada na direção dos tanques, causando enormes explosões que em segundos encobrem todo o posto em chamas infernais.
Um dos motoqueiros, único que estava em uma moto vermelha de porte grande e desing esportivo para retirando o capacete deixando assim o cabelo longo e negro cair por entre os olhos pintados de lápis roxo, e logo deixando a chuva misturar a pintura de seu rosto e colar ainda mais seu cabelo liso ao rosto. Falando de maneira sofrida, devido aos piercings na língua e na boca comemora, “Missão comprida! Vamos voltar a sede agora!”, mas logo ele e os outros motoqueiros ficam petrificados vendo uma cena que só poderia ser vinda da mente de um louco: Argelux surgia do posto em chamas com o corpo de Bob entre os braços, ambos rodeados por fogo que chegava quase a consumir seus ossos, deixando os músculos faciais a mostra. Todos rapidamente voltam a apontar suas armas para ele, porém o grito de raiva vindo do fundo da garganta daquele homem em chamas faz gelar o coração dos membros da Facção. Correntes negras com arames farpados vermelhos como sangue brotam da sombra de Argelux que ainda queimava em chamas e avançam como se tivessem vida própria contra os motoqueiros, rodeando e dilacerando sua carne em quanto deslocando seus ossos fazendo aqueles homens irem a loucura de tanta dor.
 - Idiotas! É tudo ilusão, é tudo ilusão! – Gritou o que aparentemente era o líder, ainda sentado em sua moto vermelha para tentar despertar seus subordinados da loucura que ali se instalava. Para ele que tinha uma grande força espiritual, assim como outros 3 motoqueiros que não aderiram as alucinações o grito havia provocado apenas um frio na espinha. Ainda intimidado rosnava o suposto líder amaldiçoando, mas sua coragem rapidamente foi minada e conformado com a derrota acelerou a moto, falando para si mesmo- Então este monstro é um quezzer?
O homem da moto vermelha acelera junto com outros 2 que como ele superaram as ilusões sumindo no horizonte ainda negro, deixando para trás seus comparsas loucos ou feridos a mercê da própria sorte. A tempestade começava a diminuir, em quanto as chamas no corpo de ambos diminuíam até parar e de joelhos no chão os olhos vermelhos  de Argelux fitava o rosto carbonizado de seu ex-colega de trabalho. Se levantando com dificuldade e deixando o corpo sem vida de Bob no chão em quanto sua pele se regenerava em uma velocidade fenomenal, cobrindo os músculos e logo o curando das terríveis queimaduras, afinal ele era um quezzer.
Poucas pessoas conheciam os demônios chamados de quezzer. Eles são humanos que, por motivos desconhecidos pelo menos por Argelux, ganhavam poderes inigualáveis.  Entre eles a rápida regeneração, o aumento impressionante do vigor, da velocidade ou até mesmo da força como também outra variação infinitos de habilidades únicas. Porém com estas dádivas vinha também uma grande maldição, a necessidade de se alimentar da energia vital de outros seres o que sempre os impelia para um mundo de violência e sangue.
- Irônico, quando finalmente comecei a esquecer de toda a morte e dor, meus fantasmas do passado voltam a me seguir... Esses malditos sabiam até onde eu trabalhava! - Com passos fortes Argelux ruma em direção a um dos motoqueiros que estava no chão, perto da moto ainda se contorcendo de dor pela forte ilusão causada por sua ira. Pegando o pobre coitado pela gola da jaqueta o ergue até deixar seus olhos na mesma reta e pergunta com fúria em sua voz.
- Seu puto! Quero nomes, quero informação! Quem são vocês! - Apesar da ira em sua voz, logo percebia que seria inútil tentar pegar informações daquele motoqueiro. O homem estava babando feito um demente num sanatório após a terapia de choque, estava tendo espasmos musculares, seu corpo tremia. E ele murmurava coisas aleatórias “Mate.... Espinhos... Ajude...” Aquele homem não iria lhe dizer nada por hora, já que seus ritmos cardíacos acelerados indicam claramente que ele ainda estava em efeito hipnótico, e que talvez nunca mais saísse.
 Ele revista o homem como um verdadeiro policial a moda antiga. Ao balançar os bolsos do mesmo, sua carteira cai e logo tinha os documentos revistados. Lá continha sua identidade, um pouco de dinheiro e cartões, porém o mais importante, uma espécie de carteirinha especial com o símbolo do que seria uma facção e uma mensagem na língua nobre, a mesma bordada nos coletes de couro. Ele estava afastado das ruas e não soube identificar de qual facção era o símbolo, além disso, não sabia nem ao menos o básico da chamada língua nobre, o que lhe impedia de ler as coisas escritas na carteirinha.
- Provavelmente era mesmo uma maldita facção, mas que frescura é essa de carteirinha! - Era comum e até esperado as facção criminosas usarem brasões e símbolos para identificarem seus membros, variando de costuras em roupa até mesmo tatuagens ou pinturas em carros, mas era a primeira vez que via uma carteirinha de identificação.  Com uma careta de quem lembra algo que não gostaria de lembrar diz - Se sabiam onde eu trabalhava devem saber também onde eu moro... Ray! - Então, erguendo a motocicleta, Argelux salta em seu banco, e pilota rapidamente até a casa de Ray, deixando o bairro que antes era calmo e tranquilo em ruínas e chamas diabólicas e o jovem e sonhador Bob no chão junto às cinzas, totalmente desfigurado.




 Antes que o ocupante do lado da janela tenha tempo de puxar o gatilho da arma, rapidamente Argelux segura seu punho, forçando-o contra o ocupante do banco do motorista ao mesmo tempo em que ouvi os estralos dos ossos quebrando e disparando a arma contra o motorista, sujando a janela e o pára-brisa de sangue.
- Não, eles são membros, membros de alguma maldita facção!- Respondeu Argelux, em quanto se protegia dos tiros quase em posição fetal atrás do balcão, que aquele horário estava vazio uma vez que o ponto de atendimento fechava as dez, justamente para evitar assaltos e outros crimes.


Continua...

Apresentação

Olá pessoas! Meu nome é Gabriel A. Gurgel, mas podem me chamar de Gurgel!
 Neste blog irei colocar os caps do meu livro aos poucos assim como informações de personagens e diários sobre seu desenvolvimento.
 Primeiro um pouco do que é Facções.
 Ele surgiu de um cenário para RPG chamado Guilds, criado por mim e aperfeiçoado com o tempo durante jogos e mais jogos, em especial contribuição da mestra Maka. Até que no começo do ano passado eu percebi que o cenário, assim como a historia que nele criamos tinha potencial para um livro. Um bom livro! Logo então eu comecei a trabalhar nele! Foram meses de aperfeiçoamento, tanto na minha escrita (que não é lá essas coisas ainda. rsrs) como no enredo. Muitas coisas mudaram, o livro amadureceu e agora cá estamos, com um blog novinho em folha e muito o que contar!

 Além da já citada Mestra Maka, tenho que agradecer outras pessoas que me ajudaram durante este tempo. São eles:
- Tenshi ( Raphael )
- Elfo Ancião (Andrey)
- Ariadíne
- Bruno Barros

Há muitos outros que ajudaram, dando avaliações, lendo o livro em seus primórdios etc...

 Alguns de vocês podem pensar: O que eu pretendo com o livro??.
 Na realidade eu sou apenas um escritor amador, e quero apenas contar uma historia. Facções não tem a pretensão de seguir uma linha de escrita padrão: Todos capítulos contribuem para a historia, mas nem todos focam no mesmo personagem, ou seguem a mesma linha narrativa. Como eu falei, o importante será sempre contar uma historia.
 Acho que é isso, uma apresentação meio fraquinha, mas vale já. Logo mais irei postar o capitulo um. Agradeço a todos pela atenção!