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Esta é uma afirmação que sempre me intrigou: O poder corrompe.
Certo tempo atrás
havia refletido sobre isso, mas sem muita profundidade e logo esta questão fora
varrida da minha mente. Porém quando comecei a escrever este livro a questão
emergiu novamente. Claro que desta vez, com um motivo para refletir, eu pesquisei
bastante sobre o assunto. Afinal o poder corrompe ou não? Lorde John Acton,
autor primário da frase, disse o seguinte:
“O poder tende a corromper, mas o poder absoluto corrompe certamente. Os grandes homens geralmente são maus”
Esta
frase, porém, se perverteu com o tempo no conhecido “Poder corrompe”, mas note
que não era este o significado original da frase. Segundo Acton o poder tem sim
a habilidade, inerente a ele, de corromper o caráter da pessoa mas não é de
certo que o fará: Existe meios de não fazê-lo, de se controlar estes impulsos
negativos, mas em contrapartida qualquer poder absoluto, sem questionamento e sem
limites acaba por corromper! Foi mais ou menos por isso que surgiu as ideias de
Montesquie sobre a separação dos três poderes, que é ainda hoje usada!
Mas vamos por partes,
de antemão o que se define por poder?! Poder é um verbo, uma ação e não um
adjetivo como o uso dele nas freses acima tende a sugerir, poder é a ação de se
executar algo, todos nós temos poder em maior ou menor grau e nem por isso
somos corrompidos por ele, mesmo quando este poder pode influencia diretamente
outra pessoa: Um professor lhe não lhe daria nota baixa apenas por que não
gosta de você, ele certamente teria este poder, mas não obrigatoriamente iria
fazê-lo. O mesmo se aplica ao seu chefe, aos nossos políticos, em suma a todos
nós! Mas note que nenhum de nós tem o poder absoluto, completo e sem limites.
Um professor que arbitrariamente distribui notas negativas, hora ou outra, será
repreendido pelo seu diretor.
A ideia de poder
absoluto fica claro apenas se pensarmos nos já extintos monarcas absolutas,
senhores feudais ou imperadores antigos, o poder deles não tinha limite ou
punições , e não é difícil lembrar-se deles como tiranos: São pouco os exemplos
de altruísmo e bondade espontânea deles vindo. Esta é basicamente a ideia
original de Acton, que infelizmente apresenta uma lógica quase que inegável e
exatamente neste contexto que os três poderes se fazem necessário!
Nós humanos, devido a
nossa natureza, temos sempre que limitarmos um aos outros, pois só assim
poderemos ter poder sem sermos corrompidos. Claro que este assunto pode ser
aprofundado, tanto no âmbito social quanto no psicológico, mas não é o que
farei.
Reflita no seu intimo: Se você tivesse poder absoluto e
total, o que faria?