terça-feira, 29 de outubro de 2013

Cap 3. Novos Amigos

Olá galerinha do mal. Postando o 3° cap! Pretendo manter este ritmo, +/- um cap por mês! Comentem!

Agora temos duas novas ajudantes para me dar uma mão na correção e no ritmo da historia! Enfim, se divirtam!
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Capitulo 3°
Novos Amigos

 A moto sumia enquanto Argelux se aproximava da pensão, levantado a poeira da estrada de terra batida que dava acesso ao local. Como de costume o portão duplo de entrada feito de ferro fundido estava aberto, mas rapidamente Argelux nota que havia uma moto negra de guidão cromado estacionada perto da escada que dava na porta de entrada.
- Eles chegaram aqui? - pensava em voz alta enquanto descia da moto e corria em direção à porta da hospedaria. Era uma construção antiga, o chão era de taco e as portas e janelas eram de ferro, todas enferrujadas com o passar do tempo e má preservação. As paredes eram feitas de madeira de lei, grossas e bem encaixadas e o telhado por sua vez era feito com telhas de barro escuro com um forro de madeira que em alguns pontos deixava escapar um forte cheiro de mofo. A decoração seguia um padrão estranho, em muitos pontos havia pergaminhos antigos emoldurados, em outros quadros da época antiga, Ray também parecia gostar de armas brancas pois havia varias espalhadas pela casa, penduradas nas paredes, entre elas maças, sabres, espada longas entre outros, assim como armaduras das mais variadas culturas e épocas. Tudo tinha um ar rústico e antigo, mas raramente chegavam a juntar poeira uma vez que eram sempre espanadas e limpas. A sala principal era um dos únicos cômodos que não seguiam este padrão, tendo sofás de estampas coloridas, uma TV de tela plasma grande além de cadeiras e uma mesinha de centro, tudo feito evidentemente para ser uma área “comum” para os hóspedes, que a mais de seis meses se resumiam apenas a Argelux.

 O quezzer controlador de sangue adentra a estalagem e arregala os olhos ao ver o sangue rodeando um corpo, mas antes de pensar no velho Ray percebe pela roupa que o defunto usava que era o membro da facção que o havia atacado. O rosto do motoqueiro estava deformado e amassado no chão, como se tivesse sido acertado com muita força por um objeto contundente. Sua aguçada audição detecta o respirar forte de alguém vindo de trás da porta do toalete e com calma, mas ainda em alerta, caminha por entre a sala principal indo até o lavabo e abrindo a porta lentamente. Vê para sua surpresa uma garota, com 15 ou 16 anos segurando um taco de beisebol todo ensanguentado. A jovem tinha olhos azuis profundos, cabelos loiros e compridos até as costas e usava um belo vestido branco que ia até um pouco depois do joelho, mas estava rasgado na lateral e sujo de sangue na parte frontal. Os olhos da jovem não delatavam medo, mas sim uma agressividade intensa. Argelux notou que ela estava prestes a virar o pulso para goleá-lo quando a voz de Ray soou pela hospedaria.
- Argelux é você?
  A jovem contém o golpe enquanto Argelux sorri se afastando da porta indo em direção ao velho.
- Ray, que bom saber que está bem. É um alívio, um grande alívio.
- Se preocupa muito comigo meu jovem, mas vejo que é você quem está com problemas. - Falava enquanto entrava no toalete dando seu terno para a jovem, falando para a mesma vestí-lo e acompanhá-lo até a sala.
 Argelux olha então para suas roupas e só então percebe seu estado, a calça estava rasgada e suja de sangue e tinha buracos causados pelo fogo em vários pontos. A camisa tinha quase toda sumido durante o incêndio deixando amostra seu abdômen. Ele então sobe para seu quarto jogando suas roupas no lixo e se troca com novas vestimentas. Sabia que aqueles homens não voltariam a incomodá-lo durante um tempo após ter usado sua aura assassina, mas ainda se preocupava com quem havia sido o mandante.
  Desce então as escadas, indo em direção à sala principal. A jovem de antes estava ainda com o terno sobre sua roupa, porém agora sentada na mesa de jantar tomando um chá quente, servido por Ray que estava ao lado dela.
Ray Dallos era um homem de meia idade, porém de porte imponente, com cabelos grisalhos e um bigode sempre volumoso, mas bem feito, o que combinava perfeitamente com suas roupas- ternos e roupas sociais sempre alinhadas e limpas, mesmo quando fazia as tarefas ordinárias na hospedaria.
 O jovem de cabelos brancos se aproxima, e quando começa a formular uma explicação do por que de seus trajes anteriores e dos últimos eventos é interrompido pelo velho que apenas pede “vá, se livre da bagunça que causou”, e logo Argelux entende de qual bagunça ele se referia e o mais importante, que não queria saber nem ter nenhuma explicação. Em muitos casos a ignorância era a melhor sabedoria.
 O jovem de cabelos brancos recolhe o corpo do homem, o embrulhando em um lençol, levando-o até o fundo da pensão onde havia uma floresta. Atrás de um velho carvalho enterra o homem fazendo uma simples vala, então começava a procurar na carteira dele sua identificação, e após ver seu nome em um documento joga a carteira dentro da vala e começa a enterrar o corpo. Após isso pegava 2 troncos de madeira de tamanho médio, os prendia com cipós e gravava o nome do morto com uma faca na madeira da cruz.
- Richard era seu nome então. Não parece o nome de alguém envolvido com as facções... É uma pena, mas provavelmente sua família nunca irá saber onde está enterrado. – Este era o destino de alguém que se torna um membro: Morrer no anonimato. Era assim que algum dia Argelux iria terminar, e ele sabia disso muito bem, sempre soube.

 Membro é uma denominação bem comum utilizada no submundo para identificar aqueles que fazem parte de alguma facção. Uma das regras mais importante para as facções era a discrição, afinal eram elas organizações secretas do submundo e mesmo que a polícia e sociedade de modo geral fosse impotente contra um inimigo tão poderoso e bem estruturado, a comoção geral poderia não só causar guerras civis dentro das cidades como destruir todo controle e comodidade que eles detinham. Para aqueles dentro do submundo todas as pessoas poderiam ser divididas em três tipos: Comuns, ranqueados, lixos.
 
Os que desconhecem o submundo, que acreditam na policia ou no governo achando facções e quezzers coisas de “lendas” são chamados de lixos. Totalmente impotentes, manipulados e cegos para a verdade, eram a parte maioria da sociedade que vivia vidas infelizes e inúteis apenas para manter aqueles que tinham o poder no topo.
 A imensa maioria que conhecia algo sobre o submundo era, como o nome sugere, os comuns: Assaltantes baratos, mercenários gananciosos ou subordinados obedientes. Os comuns eram usados como peões pelos lideres, enviados para cumprir missões simples de assassinato ou ficar monitorando pontos de droga e em alguns casos até mesmo controlar a corporação, afinal existiam também maneiras legais de se acumular poder e influencia. Mas para cada 100 comuns um poderia se destacar, fosse humano ou mais provavelmente um quezzer, e se tornaria diferenciado e assim capaz de também fazer a diferença, estes membros então começavam a ser classificados no chamado ranque.
 Ranqueados tem poder e influencia tanto dentro da guild em que atuam, como também começam a ser conhecidos em todo submundo e é claro respeitados. Existe um total de 4 níveis diferentes para os ranqueados, sendo eles D, C, B e A.
 
Quando Argelux sai do banho o dia começava a nascer, junto com uma forte tempestade que engolia a cidade com ventos e trovões, mas era sempre assim naquela cidade, sendo raros os dias de sol. Já trocado e descendo a escada, nota a jovem de antes, já pronta também junto a Ray que servia um farto café da manha.
- Bom dia Argelux. Sente-se – Dizia Ray para o quezzer que se senta, já acostumado com a boa refeição servida pelo dono da hospedaria. Após se servir de algumas torradas o jovem de olhos vermelhos enche o pulmão para dirigir a palavra a jovem, mas é interrompido pela mesma.
- Eu sou Imori Yashiro, da família Yashiro - Se apresentou a jovem, com um tom firme. Ela, assim como Ray, já imaginava que para um membro ter aparecido na hospedaria procurando por Akumada o mesmo deveria também ser um membro.
- Família Yashiro? Você é uma nobre? - Ele sorria para a jovem. Entendia pouco sobre as famílias nobres, mas sabia o nome da maioria delas de cor, em especial os Yashiros que eram os únicos nobres a viver na cidade.
- A Senhorita Yashiro disse-me que fugiu de casa, e estava procurando um lugar para ficar. A princípio eu fui contra a ideia de abrigar uma criança menor de idade na hospedaria... Mas ao saber que ela tinha bastante dinheiro, eu resolvi conceder. – Os olhos de Ray pareciam ofuscados. Um homem de sua idade costumava gostar de juntar economias e formar outros negócios.
- Sei... - Respondeu sem muito entusiasmo para o velho avarento. Em seguida se levantou, foi até perto de Imori e fez uma curta reverencia, mais por graça do que por etiqueta e então se apresentou para a pequena - Bem, mas depois do que ocorreu ontem acho que é melhor me apresentar devidamente. Hoje em dia podem me chamar de Argelux, mas já fui conhecido como Akuma o Demônio de Sangue, vice-lider da Dark Blades.
Imori arregala os olhos, quase engasgando. O nome Akuma não era largamente conhecido, mas a sua antiga facção sim. A Dark Blades foi conhecida durante muitos anos como a mais violenta e sanguinária facção da cidade e seu líder Raikkos era temido até mesmo pelo conselho pela sua maldade e crueldade. Histórias antigas contam que ele era um poderoso espadachim que tinha grandes poderes quezzers, e que pessoalmente havia treinado toda a elite da guild como assassinos sem emoções.
- Pode me contar por que fugiu? - Conclui Argelux, se mostrando bem interessado na historia da menina.
 Imori parecia uma adolescente revoltada pelas suas expressões de indiferença, ela nem sequer importou-se com o gesto de Argelux de reverencia-la, ao contrario, ela virou a face um pouco irritada e aproximou-se da janela e olhou a tempestade. Logo em seguida, fechou as cortinas. – Porque eu estava cansada de ser tratada como uma criança... Os adultos da minha família são todos dominados por ideais hipócritas e moralistas empregados pelos meus pais. Não que eles saibam que o que estão dizendo é uma farsa, pelo contrário, eles acreditam mesmo que o mundo terá um futuro digno e justo. No entanto, eles acreditam que isso cairá do céu, e sem derramar sangue. – Ela senta-se na mesa novamente, enquanto Ray segue pelo corredor na direção da cozinha. – Eu tentei diversas vezes abrir os olhos dessas pessoas idiotas, que são repreendidas por essas facções que acham que podem fazer tudo. Inclusive, minha família é governada por uma facção, meus pais não passam de fantoches. Mas as minhas tentativas foram todas frustradas. – A menina parecia ter bastante rancor de sua terra natal e família. Ray logo voltava com um café e colocava em cima da mesa, enquanto servia outro para Argelux.
- Nesse tempo é muito conveniente tomarmos um café bem quente. Está frio... – Ray dava uma golada na caneca. – A propósito, acho que terei que mudar minha hospedaria, aqui não é mais seguro. Se os boatos se espalharem, eu perderei muita freguesia... Não que eu tenha muitos clientes. – Na verdade, Ray não tinha nenhum cliente há meses dado ao local de sua hospedaria, Imori era a primeira depois de Argelux.
- Serio? Aqui é tão bom! Sabe, não fede como o centro. O ar é puro e fica perto da floresta! É um ótimo local! – Protesta Argelux, que sempre se sentiu acolhido na hospedaria.
- Um local mirado por facções agora, ou seja, um local perigoso! – Concluía Ray.
- É irônico... – Dizia a bela Imori se envolvendo no assunto – Fugi de casa para ficar longe da influencia das facções, mas quase no mesmo dia elas já me prejudicam novamente... Infelizmente parece que eles apenas respeitam outras facções mais fortes.
- Sei como é – Completava o jovem de cabelos brancos, que se sentia culpado por ter levado membros até a hospedaria e, como consequência, tê-la feito fechar. Então tem uma idéia idiota e louca, e por impulso fala – E se a hospedaria fosse uma facção!? Eles iriam temer atacá-la, não!?
- Se tivéssemos influencia no conselho iriam sim. –Dizia Ray, que parecia ter um bom conhecimento do submundo, apesar de nunca falar nada de como obteve esse conhecimento.
- Criar uma facção para não ser atacado pelas outras facções? Que idéia estúpida! – Imori dava uma suave risada, irrompendo pela primeira vez em sua cara fechada, mas logo a refaz ao perceber que Argelux não estava brincando.
- Eu irei formar uma Facção! - Avisa o quezzer de olhos vermelhos surpreendendo a todos no recinto, apesar de nem Ray ou Imori mostrarem muito interesse ou levarem aquilo muito a serio. Mesmo assim ele continua. - Você está certa Imori, este mundo não pode ser mudado com palavras bonitas! Estamos afogados no mal, no caos, dominados por assassinos, o único modo é mudá-lo por dentro. Irei criar uma facção diferente, onde só entrarõ pessoas boas, de coração justo e que queiram mudar este mundo!
 Naquele momento Imori não sabia, e talvez nunca descobrisse, mas Argelux havia naquele instante decidido uma nova meta de vida, que até então estava sem objetivo concreto, iria governar as facções, governar a cidade e fazer dali um mundo melhor. Um sonho gigante, que muitos achariam uma brincadeira de mal gosto ou algo vindo da mente de um louco, muitos, mas não Argelux que levaria sua nova meta de vida a serio.
– Hã? Sabe... Você não pode estar falando sério! Lamento, mas acredito que esse seu sonho seja algo utópico de mais. Para você criar uma facção, precisaria de no mínimo mais três membros, entre eles um conselheiro, um vice-líder e um guarda-costas, isso sem contar que facções tão pequenas são fracas e rapidamente eliminadas pelas outras. E você é bem hipócrita em convidar uma garota de 16 anos para fazer parte de uma facção criminosa!
-  Não será uma facção criminosa! Além disso, aqui já temos três membros, o ultimo eu talvez saiba onde encontrar. Se realmente crê que apenas palavras bonitas não poderão mudar o mundo, una-se a mim. O que me diz?
- Três? Não lembro de ter concordado com nada... – falava Ray para si mesmo, percebendo que os jovens estavam decidindo as coisas por eles mesmos. Então se calou, não querendo se envolver com algo problemático.
Imori dá de ombros. – Eu não tenh para onde ir. E se a hospedaria do senhor Ray irá virar um quartel-general de uma facção, não posso pensar em outra coisa a não ser aceitar. – Imori bebe mais um pouco do café e continua. – Não se esqueça que além de ter os membros necessários, não é nada fácil conseguir uma audiência com o Conselho. Eles são pessoas bastante ocupadas matando pessoas, estuprando virgens e fumando maconha. – Ironiza a jovem que não dava o menor interesse apenas olhando suas unhas para ver se estão bem feitas enquanto pensa para si mesma "Eu poderia conseguir uma audiência, mas esse cara não me parece muito confiável, então deixarei por conta e risco dele..."
- Então se vamos formar uma guild tenho que ir rever velho amigos... - Argelux subiu rapidamente as escadas da pensão indo até seu quarto, nele de baixo da cama pegou um baú e o abriu com uma chave que guardava dentro de uma gaveta no armário.

Então pegou seu velho traje: Vestes pretas, com símbolo de uma gota de sangue bem no peito. A calça jeans negra era toda rasgada, e o sobretudo era leve e estava em trapos. Também pegou seu velho capacete cor de sangu, desceu novamente as escadas e saiu pela porta sem dizer nada.

- Sabe, para um quezzer que se diz um ex-vice-líder da Dark Blades esse tal de Argelux não é muito manso não...- Concluía Imori ao vê-lo sair pela porta tranquilamente.
Ray apenas acenou com a cabeça de maneira positiva, mas em seguida ponderou “Mas ninguém nunca é de todo ruim nem de todo bem. Apenas alguns pendem do lado errado, ou não tem as oportunidades corretas.” Sem duvida era verdade, o assassino do sangue havia mudado tanto que nem ao menos lembrava a pessoa que tinha sido.

domingo, 6 de outubro de 2013

Cap 2. Nas entrelinhas do caos

Olá galera, hoje trago mais um capítulo do livro! Mas antes uma informação importante: Logo mais terá uma imagem feita por uma profissional para ser a capa do livro! Legal né! :3

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Capítulo 2
Nas entrelinhas do caos

Bairro de Orior, leste de StormCity, 20/02/1020 23:23 da noite. Varias horas antes do incidente em Servilha.
 Era um grande dia para Edgar, líder da recém fundada facção conhecida como Dragnov, que recebia em sua cede a visita de um Quezzer de alto ranque. Entre as paredes negras do escritório, sentado na ponta de uma imensa mesa de madeira com vários detalhes em alto relevo em uma confortável poltrona vermelha Edgar fumava seu charuto espalhando por toda a sala um cheiro forte em quanto com um sorriso nos lábios encarava seu visitante que acabava de entrar sendo escoltado por dois de seus homens, que em seguida seguiam e ficavam na lateral do cômodo perto das paredes como estatuas. Além dos dois guardas costas sentado ao lado de Edgar estava seu filho, Oscar.
- Quem diria... Eu pensei que iria demorar ainda mais alguns meses para nos da Dragnov recebermos a atenção de alguém de seu nível... Myamoto - A voz de Edgar sai rouca por entre seus dentes amarelados. Gordo quase mórbido trajava sempre roupas de marca feitas sobre medida para seu grande corpo, geralmente de cores marrons ou outros tons neutros. Sua cabeça redonda e gorda lhe dava sempre um ar de seriedade, apesar do fato de pentear seu pouco cabelo para o lado na falha tentativa de esconder a calvície ser um tanto que hilária.

 Myamoto era musculoso, de aparência viril e intimidadora. Seus olhos amendoados contrastavam com sua longos cabelos negros que desciam em reta absoluta até perto da cintura. Sua roupa extravagante era sem duvida outra amostra de seu poder e influencia: Um terno branco alinhado e sem costura, cheio de detalhes em verde principalmente perto das extremidades, além de uma calça cinza feita de algodão que porém se tornava gradativamente escura conforme se aproximava dos pés, sendo totalmente negra ao final.

 - Uma bela mansão que você conseguiu nesses últimos cinco messes. Sem duvida, trafico de armas e de droga é uma maneira extremamente rápida e prática de se enriquecer. - Respondia com um certo ar de repudio, sentando-se na ponta oposta da mesa.

 Myamoto ou espadachim da lua sangrenta, como também era chamado, tinha sempre um semblante serio e carrancudo raramente expressando emoções. Conhecido por ser o general de uma das famílias nobres, título dado somente ao mais hábil guerreiro de uma casta, cairá em desgraça quando fora derrotado por um espadachim conhecido como Raikkos, o filho das trevas. Após tal fato, que culminou no assassinato de um dos nobres que jurou defender caio na insanidade e depressão, tendo como meta de vida vingar-se de seu algoz que para sua infelicidade tivera encontrado seu fim pela mão de outra pessoa. Sem contatos e maculado entre os nobres, o espadachim da lua sangrenta se via obrigado a usar os serviços de um das facções que tanto desprezara.
 - Sem duvida! - Sorria Edgar, então mudando seu semblante para algo mais serio - Mas me responda, por que exatamente veio aqui. Tinha me falado por telefone sobre uma... Proposta? - Indagava deixando a palavra soar ao vento, mostrando muito interesse.
 - Sua facção, a dragnov, é nova e você ambicioso, não irá tardar para que outras facções maiores comecem a se sentir incomodadas com vocês. - Fazia então uma breve pausa dando uma ênfase especial no resto da frase - E ter alguém como eu sendo seu aliado pode evitar muitos problemas.
 - E penso que não irá se unir a mim de graça, não é?- Ponderou sabiamente se reencostando na poltrona, tateando os detalhes cravados na madeira da mesa afim de aliviar sua tensão, tentando não transparecê-la.
- Sem duvida. Tenho assuntos a terminar com certa pessoa... - Myamoto coloca lentamente sua mão dentro do terno, fazendo os dois guarda-costas de Edgar sacarem suas arma e apontarem para ele, porém o mesmo retira igualmente de vagar uma foto e a joga sobre a mesa - Como dizia, quero esta pessoa morta.
Com seu dedo indicador, que era adornado com um grande anel prateado, ele aponta para a foto. Nela um homem de cabelos brancos e olhos vermelhos, vestido de frentista estava sentado em um banco. Edgar sorria, achando a tarefa insignificante.

- Oscar meu filho, reúna os motoqueiros e pegue o armamento pesado. Descubra onde é o posto que ele trabalha e ateie fogo.
- Sim papai, será um grande prazer! - Respondia pela primeira vez o filho do líder da Dragnov, um jovem de aparência gótica, cabelos escuros longos e voz engasgada devido aos piercings na língua e boca.
 Neste meio tempo Osca muniu vários de seus homens com rápidas motos e potentes armas, já se deleitando com o banho de sangue que viria.

 Também, para evitar que aquele homem de cabelo branco entrasse em possível contato com algum comparsa mandou destruir a torre de telefonia perto da região, o que cortaria o sinal de celular até ser concertada.

 Em StomrCity ou em qualquer outra cidade do globo, as ruas são preenchidas de violência e caos desde eras remotas. Conta a lenda que houve um tempo em que a humanidade gozava de paz, amor e calma. Eram tempos dourados que guiados pelo espírito ancestral da Manafluid, algumas vezes chamado de O Deus, os humanos alcançaram uma utopia que durou por milênios. Porém alguns homens não se satisfaziam com tudo o que tinham, desejavam um poder muito além algo que poderia torna-los divindades entre os homens, ele desejavam o poder detido pelo Manafluid!
 ManaFluid não era um ser corporal como os homens ou os animais, era um ser etéreo feito de pura energia, conhecida também como mana,  ligado por uma mente coletiva que corria interligado por todos os seres vivos, permutando dês do menor inseto até o maior mamífero. Mas através de meios esquecidos os lideres de uma já extinta civilização conseguiram quebrar o vinculo que eles tinham com o Manafluid, sendo a partir de então capazes eles mesmo de gerarem sua própria mana, além de manipulá-la para quebrar as leis da física ou até mesmo da realidade. Em seguida declaram guerra a todos os outros povos, dominando-os com seus novos poderes e então ousaram tentar matar o próprio Deus quebrando os laços dele com todos os seres. Manafluid revidou claro. Em uma lufada trancou a mana que os humanos faziam dentro deles mesmo, selando para sempre seus magníficos poderes ao mesmo tempo em que usando sua energia pura transformou os animais ao qual ainda tinha vínculo em terríveis feras! Anos regados a sangue e matança se seguiram, todo o conhecimento, tecnologia e cultura dos povos daquela época foi destruído em quanto alguns poucos conseguiram fugir das Fera-da-mana.
 Com seus corações preenchidos por angustia e tristeza os sobreviventes da civilização que havia desencadeado toda aquela desgraça se uniram nas ruinas de sua antiga capital, onde o ritual para cortar o vinculo com Manafluid havia sido feito. Usando suas próprias vidas como sacrifícios eles deram a 10 crianças o poder de voltar a manipular a energia primaria, a mana pura! Essas crianças cresceram e lideraram os povos em uma ultima batalha contra seus algozes, as Fera-da-mana, derrotando os seres abisais e expulsando os sobreviventes para as entranhas das florestas e oceanos. A partir deste dia os 10 heróis ficaram conhecidos como os quezzers, que na língua antiga queria dizer guias, iniciais e conduziram os sobreviventes a uma nova era de paz... Que durou muito pouco.
 Os filhos dos heróis eram dotados de sua capacidade de manipular a mana, mas não detinham nem sua eterna juventude como também não podiam gerar sua própria mana. Tendo enormes poderes dormentes que só poderiam ser utilizá-los ao roubar a mana de outras fontes, no geral os humanos que acabavam mortos no processo. Muito se discute o motivo pelo qual os Quezzers não interferiram quando sua prole começou a assassinar as pessoas que eles haviam jurado salvar, alguns dizem que eles enlouqueceram com o poder, outros que eles amavam tantos seus filhos demoníacos que se cegaram para o mau que estavam causando.
 Um quezzer porém, de nome Kiter, o mais poderoso dentre os 10 se ergueu contra essa injustiça causada por seus filhos e junto com seu irmão Astrord desafiou os outros 8. Ambos, unidos de seus filhos que compartilhavam de suas ideias bondosas e humanas decididas a erradicar o mal confrontaram, derrotaram e mataram todos os opositores a fim de lançar ao mundo uma nova era de harmonia entre quezzers e humanos. Mas nada é perfeito, e concluindo seu plano Astrord matou de forma cruel e vil seu irmão, Kiter. Com todos os outros Quezzer iniciais mortos, Astrord se consagrou o Imperador Sagrado, e elegeu 12 de seus filhos como nobres. Estes 12 e seus filho e netos seriam então, para sempre, seus seguidores e conhecidos como as 12 famílias nobres. Atualmente aqueles que carregam o sangue dos filhos dos quezzers iniciais, além de suas incríveis habilidades, são chamados também de Quezzer.
 O que é mito e o que é verdade se perdeu no tempo, mas é certo que o Imperador Sagrado e as 12 famílias nobres dominam as Facções e todo o mundo nas sombras.

Myamoto estava deitado no quarto de hospedes disposto a ele por Edgar quando nota um alvoroço na mansão. Indo até a janela abre as cortinas em quanto encara a escuridão do céu noturno sendo quebrada pelo nascer do sol.
- Pelo horário eles já devem ter sido esmagados por Argelux... Ótimo, quer dizer que tenho algumas horas antes dele chegar aqui. Melhor me preparar.
Ele fechava a cortina e ia ao banheiro, após se despir tomava um longo banho em quanto recitava uma antiga oração ensinada por seu mestre. Após isso se enxuga, coloca um longo kimono branco com detalhes em azul e prende seus cabelos com uma longa fita vermelha. Pega então sua catana de aço negro, uma espada de qualidade inegável cujo fio podia cortar até mesmo ferro fundido sem muito problema, arma terrível dada a ele após ter se tornado membro da elite protetora da guarda nobre, a ultima lembrança de seu passado feliz. Sentava-se então na cama, sabendo que até o inicio da noite seu inimigo viria até ele.

 “Terei em breve minha vingança.”