quinta-feira, 22 de maio de 2014

Capítulo 5 - Alma de Fogo

Aew! Quem é vivo sempre aparece! E vocês achando que eu tinha morrido! Mas nããããõoooooo, eu sou imortal galerinha do mal! (riminha toscas)
 Enfim, está ai o cap 5. Espero que se divirtããão! ;D




________________________________________________________________
Capítulo 5
Alma de Fogo

Argelux entrava naquele barzinho quase como uma sombra, um chapéu escondia seu cabelo branco e um óculos escuro seus olhos. Usava sua roupa negra e longa, que no geral lhe dava a aparência de um motoqueiro... O nome daquele pub era Hell-3 localizado entre dois prédios na zona sul da cidade, onde vários marginais se reuniam, entre eles até alguns membros de facções menores. O chão do local era feito de cimento cru e estava encoberto por uma mistura de poeira e bebida seca, enquanto o teto era de madeira quase mofada e com falhas que deixavam goteiras em dias de chuva e por fim nas paredes os tijolos em vários pontos eram aparentes devido a falta de pintura. As mesas eram de ferro redondas e espremidas entre cadeiras, algumas de latão outras de madeira, tudo de forma caótica.

Após se sentar numa das mesas de canto ele retirava do bolso da jaqueta uma foto dada por Ice, para identificar o tal rapaz de confiança dela. Era um jovem de seus 18 anos, sem barba e com cabelo arrepiado, pintado de vermelho, usando roupas rasgadas e sujas. Não foi necessário procurar muito, uma vez que logo uma confusão no centro da pub chama a atenção de todos. O rapaz discutia ferozmente com um bando de outros cinco motoqueiros, mas sem se intimidar pela diferença de número ou idade. Argelux se mantém calmo e indiferente observando o desenrolar da briga. Após algumas trocas de soco o jovem é subjugado, colocado ao chão e espancado pelos motoqueiros que a chutes e cadeiradas o deixam inconsciente. Então os marginais felizes voltam a se sentar, enquanto um garçom arrasta o corpo do moribundo até fora do estabelecimento. Calmamente Argelux o segue. O jovem é jogado na calçada, e na noite fria e escura daquele bairro violento apenas seu corpo estirado enfeita a rua: Nem pedestres nem carros, apenas ele a as dezenas de motos estacionadas pela rua escura. E é claro, Argelux sentado na calçada ao lado do corpo.

- Hei, não adianta fingir para mim. – Afirma o Quezzer controlador de sangue, fitando o jovem. O jovem abre o olho, meio desanimado e se senta fitando de volta Argelux. 
- Você percebeu que era fingimento? – Respondia se levantando, enquanto a chuva encharcava totalmente sua roupa. 
- Sim. Mas por que fingir e se deixar ser espancado, você é masoquista? 
- Não, sou apenas vingativo. – Diz o jovem se levantando e indo até perto da moto da extrema direita, fazendo ligação direta na mesma. Em seguida dizendo com um sorriso no rosto “se tua moto está aqui, sinto muito por ela!” e dito isso ele retira uma pequena bola de metal do bolso e a coloca na moto ao lado da que havia acabado de roubar, acelerando em seguida pela rua. O jovem sorri quando ouve as explosões enquanto resmunga para si mesmo 
- Diga adeus as suas motos, seus babacas! E nunca irão desconfiar que fui eu! Por isso adoro essas mini bombas incendiárias! 
- Então era isso que pretendia? Bom plano. – Diz Argelux que estava na garupa da moto, porém sentado de costas para o jovem de modo que pudesse ficar olhando para trás. O jovem se assusta com a presença dele, e por pouco não desequilibra a moto no chão molhado levando ambos ao chão. Ele então estaciona a moto na rua e com um pulo se distancia da mesma, já retirando uma das bombas incendiárias do bolso. 
- Quem é você? E quando subiu na moto! Eu nem vi! 
- Me chame de Argelux. Você é este rapaz da foto né? Ice que te indicou a mim, falou que era um subordinado dela. – Dizia sem se importar com a reação do rapaz, mostrando a foto que tinha em mãos. 
- Aquela vaca! Não acredito que ela falou isso! Eu não sou nada desse tipo, não por ela! Mas... O que você havia pedido a ela? – O jovem não pode deixar de se impressionar pelo que havia ocorrido, não somente por aquele magrelo ter montado na garupa de sua moto sem ele notar, mas principalmente por Ice ter o indicado para ele. 
- Eu pedia para ela se unir a uma Facção que pretendo fundar, ela não quis mas o indicou. - Facção? Ótimo saber, mas não! Não quero depender de criminosos arrogantes como você para ganhar meu sustento! Não quero virar um simples membro capanga de um Quezzer maldito! 

Argelux percebia então uma agitação na Aura do menino, e percebia que era evidentemente um Quezzer. Então o celular do jovem tocava, quebrando o clima de tensão. Ele ainda de olhos fixos em Argelux retira o aparelho do bolso e atende...“É ela. Alô?... Não... Eu não vou... Sim... Mas eu... Sim. Sim.”, então ele desliga guardando o celular. 
- Parece que não terei escolha, a não ser me tornar seu subordinado... 
- Era a Ice, parece que ela lhe fez mudar de ideia bem rápido! Tem certeza que ela não é sua chefa?
- No máximo ela é minha irmã, e das piores!- Revela e continua a falar – Pode me chamar de Fire, é o codinome que uso. Você é Argelux, não é? 
- Exato. – Dizia ainda surpreso por descobrir que o jovem era irmão de Blood Ice - Diga-me Fire, você sabe bastante sobre esses bandos de motoqueiros?
- Sim, conheço todas da cidade... 
- O que sabe sobre este símbolo? – Dizia mostrando a Fire um papel onde estava desenhado o brasão da Facção que havia o atacado. Fire sorri 
- São os Dragnov, uma Facção nova mas que já se tornou grande e conhecida pela violência. Deseja fazer uma aliança com eles? 
- Não, desejo apenas destruí-los. Me diga mais sobre eles.

Enquanto Fire levava Argelux para a sede da Dragnov contava um pouco mais sobre a mesma para seu novo “chefinho”. Segundo o jovem a pouco menos de um ano um milionário chamado Edgar do ramo industrial vendeu todas suas empresas e com o dinheiro pagou sua entrada oficial para as Facções, unindo um pequeno exército de baderneiros que subornados e ludibriados pelas promessas de riqueza fácil se tornaram cães subalternos. Em pouco tempo a Dragnov cresceu em número de integrantes e apesar de ser formada apenas por humanos, recentemente vem atraindo a atenção de outras Facções, e que provavelmente Edgar não fazia ideia de onde estava se metendo... Já estacionados na esquina daquela enorme mansão, que ocupava um quarteirão todo, Fire completa: “Já vi muitas Facções como a Dragnov... Ricos esnobes que não fazem ideia de como realmente é o sub-mundo e após uma rápida entrada são esmagadas por Quezzer... Bem, mas se você quer destruí-la já tem um plano de ataque não? Irá informar os outros membros da sua Facção que estamos aqui?”. Argelux sorri, fazendo que não com a cabeça, já descendo da moto. 
- Não Fire, minha Facção ainda nem tem nome e muito menos foi aprovada pelo conselho, e nem tenho dinheiro para suborná-los para tanto... O plano porém é simples, vamos atacar de frente! Só nos dois, pois os outros dois membros da nossa facção não estão presentes. 
- Atacar? Existe centenas de homens armados ai dentro, não há como dois homens derrotá-los! 
- Uma das formas de ser aceita como uma Facção oficial pelo conselho é destruir outra facção. Simples, é o que faremos! Eu vi quando explodiu aquelas motos... Não há nada além de um pouco de nitrogênio ai dentro não é? Aquele nível de explosão, você usou a mana para intensificar a combustão fazendo dessa simples bolinha uma arma letal. Faça de novo!
 Fire se espantou, era difícil mesmo para outros quezzers perceber como funcionavam seus poderes apenas com um olhar. Era verdade, ele não podia “criar” o fogo, mas sim catalisar quase qualquer coisa para que se torne inflamável... Se sua irmã dominava o Gelo podendo retirar calor, ele podia catalisar qualquer reação química aumentando o calor da coisas. Com um sorriso piromaníaco no rosto o jovem tirou quatro bolas de ferro da jaqueta, duas em cada mão. “Se minha irmã quer que eu te siga, o farei... Mas será do meu modo: Com diversão!”. Ele então joga as bolinhas em direção aos céus sobre suas cabeças, e logo elas explodem lançando setas de fogo em direção à mansão. Logo se avista explosões no pátio, e tudo começa a arder em chamas. 
 - Impressionante... Seu controle de fogo é realmente forte! – Diz Argelux estralando seus músculos e começando a trotar na direção do portão, já o chutando a metros dali. A mansão era uma construção moderna, com um grande jardim na frente, com piscina e quadra poliesportiva, a área de lazer da frente dava quase o tamanho de um campo de futebol, e ao fundo a mansão feita de mármore branco e madeira de lei, três andares e muitas janelas grandes. O jardim da frente já estava sendo consumido em chamas, quando Argelux e Fire avançavam.
Logo homens armados, alguns poucos de terno e gravata sendo a elite da segurança do local, mas a maioria de motoqueiros vestidos de forma simples e usando armas mais passadas. Eles começam a abrir fogo. Fire então se concentra e cria um bolsão eletromagnético usando a distorção causada pela catalisação do fogo e das energias físicas ao redor de ambos, de modo a repelir todas as balas. Argelux vê que o mesmo estava se esforçando: Por mais poderoso que fosse o quezzer tudo demandava energia. 
- Droga, eles são muitos. Não posso segurar por muito tempo! – Bracejava o jovem, já sentindo suas energias cederem enquanto Argelux apenas olhava. 
- Está bom, irei mata-los. - Dito isso o controlador de sangue sai do campo de proteção de  Fire, que via quando ele era alvejado por dezenas de balas, que faziam dele uma peneira viva. Fire contém seu grito e se espanta ao ver que ele não caia, mesmo com hemorragia interna e balas na cabeça e outros órgãos vitais, todo o sangue começava a coagular, e revestir o corpo dele como uma armadura, enquanto os tecidos se regeneravam numa velocidade alarmante. Uma espada vermelho transparente aparecia em sua mão, ao mesmo tempo que a armadura de sangue era formada. Agora ele parecia um cavaleiro medieval, com ombreira, protetor lateral e frontal, como se usasse uma armadura completa, porém feita de puro sangue. 
 Então Argelux some em pleno ar, reaparecendo atrás de alguns motoqueiros que usavam metralhadoras, cortando-os ao meio com golpes velozes de sua espada, enquanto expandia sua aura criando ilusões de correntes vermelhas que levavam outras dezenas deles a loucura. Fire apenas olhava, com um misto de admiração e medo os movimentos de Argelux, que se movia como uma sombra, avançando sem temor contra os homens armados. Balas não surtiam efeito em seu corpo, pois quando não eram bloqueadas pela armadura todos os ferimentos eram regenerados quase no mesmo instante, a cada novo golpe, a cada novo segurança que perecia e tinha seu sangue jorrado a armadura se tornava mais vermelha, a espada maior e os golpes mais poderosos. Fire observava também o funcionamento do poder de Argelux: Basicamente ele podia impregnar suas células com mana, dando a ele o controle absoluto delas, além de conseguir absorver e controlar também as células sanguíneas de outros alvos, através do toque. Isso queria dizer que, em suma quanto mais ele lutasse maior era o volume de sangue que ele poderia controlar e assim sendo maior seu gasto de energia, mas também seu poder. 
Fire se surpreende quando uma explosão ocorre, jogando o controlador de sangue a metros dali, chocando-se fortemente contra a parede de mármore. 
- Bazucas? –Dizia com a voz fraca Argelux se levantando. O golpe havia sido bem poderoso para fazê-lo fraquejar. Novamente o homem de rouba negra e maquiagem pesada que estava a uns bons metros dele puxa o gatilho e outra bala vai na direção do controlador de sangue, e ele já se prepara para o novo impacto quando o projétil explode em pleno ar logo após ser atirado jogando o roqueiro para longe, era Fire dando cobertura de longe. 
- O único que pode tocar o terror, e o fogo aqui sou eu! – Exclamava convicto enquanto fazia as chamas do local se intensificarem e começarem a consumir o oxigênio. Ele serrava os punhos com um sorriso no rosto, enquanto pensava: “Argelux não é? Será interessante tê-lo como meu chefe!”. Mais homens chegam pelas escadas e portas, todos usando armas pesadas. Muitos não haviam caído nas ilusões causadas por Argelux, principalmente aqueles que foram enganados pela primeira vez. 

Um deles gritava aos de mais “Vamos, o chefe dará uma recompensa de 10 milhões para quem os matar! Rápido!”. Porém logo que se aproximam muitos caem inconsciente, dessa vez pela falta de oxigênio em algumas parte e pela fumaça, enquanto outros eram engolidos vivos pelas chamas que pareciam ter vida própria. Agora que já havia varias fontes de fogo, Fire não iria necessitar mais das “mine-bombas”... 


 A chuva parava, mas eles nem ao menos perceberam isso.